Espaço Criativo

1. Lugar para experimentação: O processo de experimentação é a base do Movimento Mão na Massa. Segundo Martinez e Stager (2013), colocam que a aprendizagem das crianças se estabelece pela experiência direta com os materiais. Mas a experimentação precisa ter um objetivo pedagógico claro, não de forma esparsa e necessita estar conectada com o universo do aluno, pois caso isso não ocorra, “acaba por gerar resultados frustrantes e dispersos, em um efeito exótico, pois não estabelece conexão com as próximas experiências, tornando-se pura distração ou entretenimento” (ADALBERTO, 2016, p. 2). 
    

2. Onde o erro é considerado parte do processo, ou seja, se não há espaço para o erro, não há espaço para a criatividade, o medo de errar paralisa o aprendiz, conforme um dos relatos na obra de Resnick (RESNICK, 2020). O ambiente deve proporcionar que o erro seja visto como parte do processo e não como algo necessariamente ruim;
    

3. Contém alguns equipamentos de FabLabs, é interessante o contato com equipamento de modelagem, com o conceito de prototipação, e ainda ir além do processo de prototipação. Os usuários do espaço poderão desenvolver habilidades em trabalhar com diferentes softwares, e obter conhecimentos de eletrônica, por exemplo. Além desses fatores elencados, vale ressaltar a característica inclusiva do espaço, onde não há restrição de usuários, ao contrário de outros tipos de laboratórios (EYCHENNE; NEVES, 2013);
    

4. Materiais alternativos e recicláveis: com o uso desses materiais tem-se a oportunidade de ampliar o conhecimento sobre educação ambiental. Além de proporcionar uma reflexão sobre questões como sustentabilidade, o estudo dentro da área da natureza impacta positivamente nos resultados educacionais, na criatividade, no interesse pela ciência e em um nível cognitivo, melhora a retenção do conhecimento abstrato (MEIER; SISK-HILTON, 2017). 
    

5. Layout do espaço: O mesmo deve proporcionar segurança tanto aos usuários, é importante que seja inclusivo e acessível, e mais importante, que proporcione a colaboração entre pares;
    

6. Equipamentos de robótica de baixo custo: Como se trata de um espaço que deverá ser um modelo para as demais escolas públicas, é importante que alternativas de equipamentos e softwares de baixo custo e software livre. 
    

7. Um profissional capacitado: para conduzir as atividades dentro de um espaço criativo é necessário que tenha uma capacitação onde o professor (ou responsável pelo espaço) consiga ao mesmo tempo proporcionar ações independentes por parte dos usuários, bem como se colocar à disposição dos alunos na condução das atividades, bem estar disponível aos professores a fim de encontrar um meio de o espaço atender as necessidades da escola sem deixar de utilizar os preceitos estabelecidos na Abordagem da Aprendizagem Criativa e dentro do Movimento Mão na Massa. 
    

8.  Projetos relevantes à comunidade escolar: o espaço deve atender aos interesses dos alunos, professores, atender as demandas do currículo, aos gestores e comunidade. 
    

9. Projetos interdisciplinares: a interdisciplinaridade é importante para que o aluno consiga realizar conexões entre saberes. Além disso, quando os projetos são interdisciplinares, conectados e relevantes para a vida do aluno, os mesmos são realizados com mais engajamento (MARTINEZ; STAGER, 2013). 
    

10. Alinhar a atividades com processos de resolução de problemas: no processo de resolução de um problema o aprendiz elaborar perguntas que irão auxiliar durante a atividade, como por exemplo, é possível dividi-lo em partes como forma de facilitar, ou há algum problema semelhante que pode me ajudar neste? (PAPERT, 1985). A ideia acima foi apresentada no livro Logo de Papert, e é direcionado no caso da geometria da tartaruga, porém pode servir em outros modelos de atividades. Dentro da Metodologia Baseada em Problemas os aprendizes são orientados pelos professores a habilidade de elaborarem perguntas coerentes e com possibilidade de encontrar soluções. O processo envolve “pesquisar, avaliar situações e pontos de vista diferentes, fazer escolhas, assumir riscos, aprender pela descoberta e caminhar do simples para o complexo”, sendo o foco do método é “a pesquisa de diversas causas possíveis para um problema”. (BACICH; MORAN, 2018, p. 59).
     

Esses atributos estão sendo apresentados como forma de sugestão, podendo ser adaptado à realidade da escola ou na comunidade onde o espaço criativo estará locado.